Semana da Leitura 2013

Foi, de facto, uma semana sensacional, repleta de atividades: sessões com escritores, sessões de leitura, projeção de poemas, seleção de livros, produção de poemas, entre outras coisas mais…

Na segunda, começamos com o génio e perseverança de Richard Towers, que nos deixou uma impressão muito boa da sua obra literária e uma tese aparentemente simples: “O sonho comanda a vida…”.

Fica o registo do comentário do escritor: Retenho desses encontros a disponibilidade e o interesse dos intervenientes, com leituras fluídas e convictas, ao som de melodias cativantes, de ritmos vibrantes e cores profusas, como devem ser a Literatura e a Arte. A apresentação, a cargo do coordenador da biblioteca, o meu amigo Sérgio Morais, pautou-se por um regresso ao passado, navegando a minha alma por intensas experiências musicais, um mergulho no repositório de memórias, algumas esquecidas, outras apenas abandonadas. A viagem ora iniciada levou-me a reconsiderar o meu percurso e a atribuir todo este caminho à música, aquela onde eu me reencontro sempre que se perde a essência. E se a música é a responsável da minha teimosia em prosseguir, mesmo com ventos adversos, o que dizer das minhas amizades? São elas que me situam. Mais do que surpreender, acabei surpreendido – e essa é a verdadeira magia da vida. E eu vivo. Vivo para que capítulo seja um Desafio, para que o Tempo seja enigmático e para que a existência seja o Reflexo de uma química volátil, mas apaixonante. Loucura seria deixar para trás o sal da vida e tornar insípido o mar da incerteza, pois nele vogo há tempo suficiente para saber que nenhum porto é suficientemente audaz para me atracar e nenhum destino se torna definitivo.

Parto, mas regressarei. Até breve!

No final da semana, terminamos com “chave de ouro”: Francisco Moita Flores. A sua visita, apesar de muito curta, foi deveras cativante. O escritor, modestamente, não abordou a sua obra em particular, mas discursou sobre a importância do livro e da língua (portuguesa) nas relações humanas. Segundo o escritor, a língua está acima da economia e das finanças; a cultura e o conhecimento da história sobrepõem-se às sucessivas “Troikas”…

Terminou, revelando que, apesar de ter feito muita coisa na vida, aquilo que o move –o seu sonho – é a escrita e a sua família, riqueza maior que não tem preço!

Quanto a vós, não sei, mas depois de ouvir as suas palavras, a primeira coisa que fiz, quando regressei ao meu lar, foi novamente abraçar o meu sonho: a minha família: esposa e filho.